U m amigo missionário no México mandou- -me um e-mail salientando que “49 profissionais de mídia foram assassinados no mundo em 2017 e que, em 2018, foram 87. Além disso, o número de jornalistas presos também aumentou”. E acrescentou: “O México continua sendo um dos países mais perigosos para os profissionais da imprensa, ao lado de Síria, Afeganistão, Somália e Paquistão”.
A partir desse cenário, concluo que o amor pela ética, pela justiça e pela esperança, além de uma forte paixão pela própria profissão, fez com que vários jornalistas tenham conscientemente assumido os riscos de serem presos e até mortos.
A ética no jornalismo gera informação verdadeira e espalha esperança. “As guerras começam a terminar quando começamos a vê-las. Somente se fizermos isso, elas poderão acabar”, disse um dia o jornalista Marco Tarquínio. As notícias verdadeiras iluminam e procuram, ‘não a espetacularização dos fatos de sangue’ e, sim, a divulgação dos sofrimentos, dando voz a quem não tem (e talvez nunca teve) voz.
Sabemos que neste mundo digital e cada vez mais tecnológico a tentação do comodismo é grande, assim como o perigo da indiferença. Os jornalistas éticos e dedicados, responsáveis pela verdade e pelo bem comum, não se acostumam com o mal e a violência e se tornam, através das próprias palavras e atitudes, pequenas luzes que iluminam as consciências dos povos e das pessoas.
O jornalismo é muito mais do que uma simples profissão ou diversão; de certa forma é um estilo de vida, é uma tarefa cotidiana que envolve valores, coerência, respeito, credibilidade e maturidade humana e (por quê não?) Espiritual.
Quantos missionários e religiosas consagradas vivem a missão aqui e além-fronteiras escrevendo artigos, enviando mensagens, compartilhando fatos, situações e iniciativas de solidariedade! Neste sentido, conhecer a verdade dos acontecimentos estimula a nossa consciência para enxergamos não somente as causas ou os responsáveis e sim as soluções e os caminhos para o bem prevalecer e se espalhar.
Para construir um futuro com menos pessimismo e mais participação, menos resignação e mais solidariedade. Precisamos de comunicadores corajosos. De jornalistas que assumam com dignidade e ética a responsabilidade de informar e de conscientizar com transparência e honestidade, transmitindo, não ideologias ou interesses materiais, mas afirmando a verdade e buscando sempre o bem e o bem comum.
Pe. Gabriel Guarnieri, sx.