Enre julho de 2020 e julho de 2021, celebraremos o centenário da Carta do Testamento (CT). É um documento de grande valor afetivo para todos os xaverianos, lido e estudado durante o noviciado, é tema preciso para nossa formação permanente. Foi escrito por San Guido Conforti como coroamento das Constituições aprovadas pela Santa Sé em janeiro de 1921.
A Carta Testamento continua sendo uma referência fundamental para entender a alma do nosso Fundador São Guido, acima de tudo, para ter uma imagem exata do carisma missionário a ele confiado pelo Senhor. Conclui-se que o texto das Constituições, especialmente naqueles anos, tinha uma importância estritamente jurídica, desprovida de indicações espirituais necessárias à vida dos xaverianos, que eram confiadas oportunamente.
Se as Constituições representam o esqueleto do carisma xaveriano, a Carta Testamento representa os músculos e a pele, dando forma ao corpo completo, manifestando sua beleza. Do ponto de vista, como filhos espirituais de São Guido, a Carta Testamento continua sendo uma referência constante, mesmo que as Constituições de 1921, foram profundamente transformadas ao longo do tempo (1931, 1983), enquanto que a Carta ficou inalterada, seja no texto como no valor inspirador.
Entretanto, é importante lembrar que, o centenário da redação da Carta, através da qual São Guido apresenta suas ideias missionárias, penso que seja igualmente importante viver esse centenário de outro ponto de vista, a saber, a perspectiva de São Guido como testemunha da aprovação das Constituições Xaverianas. Não podemos esquecer como foi decisivo e quanta alegria teve São Guido ao receber a notícia da aprovação definitiva das Constituições pela Santa Sé.
Podemos imaginar as razões dessa alegria. O primeiro motivo, muito concreto, é o fim de um processo redacional complexo, que durou mais de 25 anos. Mas provavelmente existe outra forte razão muito diferente. Basta ler o número 1 da Carta Testamento para entendê-la, um número que termina com a exclamação: "O Senhor não poderia ser melhor conosco!"
Congregações Romanas, de fato, foi no momento em que a Igreja Universal, reconhece a inspiração confortiana como um verdadeiro carisma, um dom do Espírito Santo para o bem da Igreja e do mundo. Foi o momento em que a Igreja declarou que a ideia missionária de São Guido era inspirada por Deus e, ao mesmo tempo, acolheu e abraçou esse carisma para devolvê-lo a todos os cristãos como uma responsabilidade.
A aprovação foi a confirmação de que não era um projeto pessoal, uma paixão particular, fruto da criatividade de um idealista, naquele momento a Igreja confirmou que a paixão de São Guido Conforti tinha uma origem divina, era um presente do Espírito. Ele pode finalmente declarar no mesmo número 1 da Carta que "para nós é um assunto incontestável da santidade e de oportunidade da Instituição, à qual demos o nome". Para São Guido, a aprovação representa o reconhecimento da Igreja pelo seu amor pessoal por infiéis coincide com o sonho de Jesus, que "a profecia de Cristo esperando a formação de uma única família cristã que abraça a humanidade" (CT, 1).
Penso que lembrar tudo isso ajuda a refletir sobre o fato de sermos xaverianos. É um dom de Deus ser, é uma responsabilidade vivê-lo. Se a Carta do Testamento nos ajuda a entender como ser Xaveriano, a aprovação das Constituições nos lembra quem é aquele de quem provém nossa paixão missionária, que o Pastor que ainda hoje nos confia o rebanho de irmãos que ainda não conhecem a Cristo.
Pe. Matteo Rebecchi