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MEMÓRIA CRÍTICA, IDENTIDADE DE UM POVO

Uma parte da Liturgia Eucarística chama-se anamnese, memória ou memorial, onde se recorda a vida doada de nosso Senhor Jesus Cristo pela vida do mundo, oração feita depois da consagração dos dons eucarísticos.

Isso nos mostra a grande importância de conservar a memória histórica de eventos importantes na vida de um povo. A seguir, apresentamos o que significa a memória crítica do povo Krenak, na voz Ailton Krenak. O povo Krenak tinha sido declarado extinto, mas aparece “como um fantasma” para dizer que não desapareceu e que continua vivo e presente no marco da nossa história; e inda mais, tem uma mensagem para nos dizer.

“... Eu fiz um livrinho chamado: ‘Ideias para adiar o fim do mundo’, não tem citações de ninguém; aquilo lá é memória, tem ideias... Não é uma arrogância, é só para mostrar a distinção entre um cara que quer ficar citando bibliografia, e alguém que toma a decisão de observar o mundo e a história de maneira crítica; que tem a ver com aquilo que a gente falou de memória. A memória é isso, a memória te autoriza a narrar uma história sobre o mundo que você vive. A memória te autoriza a criar uma narrativa, sobre o mundo. Se você não tem memória, você vai ficar citando bibliografia; antes de ganhar um Alzheimer.

Eu sinto que nesse sentido, vale a pena pensar em produção. É uma produção de memória. Porque se você vê um povo que foi totalmente, segregado; que foi humilhado; como os negros por exemplo na escravidão; ou como a grande parte do povo brasileiro que vive na pobreza mais predatória, e que perde a memória de si, de quem são; produzir memória sobre si, como coletivo, como ser social; ela é um fenômeno maravilhoso, e eu acho que é uma ação política ativa. Que é quando você escolhe se você vai ser um crente de uma sinagoga evangélica dando o dinheiro para os pastores, ou se você vai ser um cidadão crítico, querendo construir uma realidade com seu povo, com seu país, onde você vive; sem se render a toda essa pregação ideológica e teológica que rola por aí. Porque a memória, ela tem a capacidade de te pôr de pé diante das afrontas de maneira crítica. A memória é a consciência crítica. A renúncia a essa consciência crítica, é você ficar num lugar tipo, patrimônio cultural, você vira patrimônio cultural. A diferença entre memória crítica e alienação, é essa produção de patrimônio cultural. Está cheio de programas por aí voltados para patrimônio cultural; na verdade eles estão pensando em mercadoria, em produtos, em materialidade; e não estão pensando em memória. Porque a memória você não consegue capturar ela, botar num arquivo, botar ela num museu. O patrimônio cultural você põe num museu; a memória não. A memória, eu acho que ela escapa; inclusive à nossa própria observação. Nós nos surpreendemos quando a gente consegue alcançar um sentido de memória ativa, crítica; nós nos surpreendemos com a nossa capacidade de ação, de reação. E a ausência dessa memória, ela deixa a gente refém de qualquer discurso manipulador. Ao invés de você ouvir uma mensagem e analisá-la criticamente, você adere à mensagem automaticamente, com sentido afetivo, emocional e tal. Você põe uma música de fundo bem boba e umas imagens, bem assim, carentes, e aí você já leva uma enxurrada de otário atrás. É assim que fazem manipulação de memória também. É terrível; enxergar isso doe; te faz ficar muito crítico e encurta a paciência.”

Ailton Krenak,

Trecho de uma entrevista concedida e publicada em www.diplomatique.org.br

Postado por Ruiz Alvarez Pedro Saul, s.x.

Belém – PA

29 de novembro de 2020

 


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