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A ASSEMBLEIA ECLESIAL LATINOAMERICANA E DO CARIBE CONTINUA


O terceiro dia da Assembleia, 23/11, teve como luz Bíblica o texto de Marcos: “completou-se o tempo, e o reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-Nova” (Mc 1,15). Conversão, portanto, foi a palavra chave desse dia. Não uma conversão de mera mudança de comportamento, mas de atitude pastoral que mude a mentalidade e as entranhas do coração, da mente e da vontade.

Iniciamos o dia com a oração da manhã refletida e iluminada pela Palavra de Deus nas várias expressões culturais do nosso continente. Na sequência, tivemos a saudação do vice presidente do CELAM, o cardeal Odilo Scherer, que destacou a retomada de Aparecida para rever o que nos desafia nos dias de hoje. O tema da conversão, disse o cardeal, é fundamental para compreender Aparecida, uma pastoral de avanço e não de conservação. O tempo chegou, como afirma Marcos, e precisamos deixar as práticas anacrônicas para um dinamismo evangelizador.

Após a fala de Dom Odilo, o padre Agenor Brighenti, da equipe teológica do CELAM, apresentou a reflexão do dia, com o tema “a conversão pastoral integral e os quatro sonhos proféticos”. Os eixos fundamentais para compreender a conversão pastoral integral está na prática teológica de Medellín, Puebla, Santo Domingos, Aparecida, no Magistério do Papa Francisco e na Exortação Querida Amazônia. Em coerência com o Vat. II e a Evangelii Gaudim (n. 30), precisamos de novas expressões, métodos e ardor numa Igreja sempre reformanda. Brighenti recordou os 4 sonhos de Francisco presentes na Querida Amazônia: social, cultural, ecológico e eclesial, que se concretizam em 4 âmbitos de conversão à luz da Evangelii Gaudium e Santo Domingos: conversão da consciência; conversão das ações pessoais e comunitárias; conversão da autoridade que rompe o clericalismo; conversão de estruturas e organismos que criem maior participação do Povo de Deus – sensus fidei.

Depois dessa reflexão fomos aos grupos, 50 grupos, com o compromisso de meditar, refletir e chegar a 5 desafios urgentes para a Igreja no continente. Antes, porém, Maurício Lopez, apresentou as dores e esperanças que foram refletidas no dia ontem:

Esperanças: o caminho de escuta; Igreja fraterna, aberta e sinodal; o pontificado profético de Francisco; o cuidado da casa comum; o protagonismo das juventudes; as redes dos movimentos populares; o resgate das CEBs e de leigos(as) missionários(as); a piedade popular; o ecumenismo e o surgimento de vocações.

Dores: as injustiças contra os mais pobres; as crises políticas e retrocessos democráticos com a ascensão de governos de ultradireita; a cultura da exclusão; os impactos da pandemia no continente, sobretudo no Brasil, Argentina, Colômbia e Equador; a fragilidade da experiência de fé; comunidades fechadas e auto-refenciais; a pouca presença das mulheres nos âmbitos de decisões eclesiais; o clericalismo; a falta de reconhecimento da vida religiosa; a rejeição interna ao Magistério do Papa Francisco.

Após a exposição dessas esperanças e dores tivemos um tempo de meditação e reação com a possiblidade de escrever no chat nossas impressões.

Depois do intervalo retomamos à sala para ouvir os testemunhos de pessoas convidadas para apresentar suas reflexões a partir das esperanças e dores do continente. A primeira a falar foi a cristã leiga Grethel Sanchez que destacou o trabalho conjunto na Igreja para superar os desafios apresentados. Também tivemos a fala de Dom Esmeraldo de Farias, bispo brasileiro, que apresentou sua missão entre os mais pobres e a formação do Povo de Deus com igualdade para superar o ranço do clericalismo. Infelizmente, Dom Esmeraldo não conseguiu concluir sua fala devido ao tempo. A cristã leiga Valencia Torres, representante da pastoral juvenil da Argentina, apresentou as dores dos jovens que sofrem a exclusão, o clericalismo, as injustiças, as migrações e, no silêncio, sofrem, sem acompanhamento. Estamos, portanto, num tempo de conversão e retorno aos jovens.

Escutamos também o testemunho da cristã leiga Marta Inês Romero que trabalha junto ao organismo de justiça e paz em sintonia com os projetos da ONU para a erradicação das injustiças que ficaram muito mais escancaradas na pandemia. Na sequência foi a vez do padre Juan José Berli que relatou a necessidade de sairmos do nosso centro para chegar ao centro de tudo, que é Jesus Cristo. Em coerência com o Concílio Vat. II é necessário escutar o que o Povo está clamando e dar respostas concretas. Tivemos também a escuta da Ir. Blanca Karina, que chamou a atenção sobre a necessidade de sermos um, em Cristo, na diversidade e sinodalidade. Por fim, tivemos o testemunho do bispo Gustavo Rodríguez que, através do lema episcopal, “o Senhor me chamou a evangelizar”, sempre manteve seu compromisso com os mais pobres desenvolvendo várias atividades em situações de fronteiras e empenho social.

Para concluir os testemunhos foi destacado que o Espírito Santo é aquele que faz caminho conosco na esperança de superar as dores e angústias do Povo.

Os testemunhos foram válidos e carregados de esperança e desejo de mudança. Durante o intervalo tivemos a apresentação de vários vídeos que relataram a presença de Maria e as aparições em alguns países do continente. Momento meditativo e de partilha de uma piedade popular que continua mantendo a evangelização e a fé viva nas comunidades. 

Outra experiência interessante foi a mesa redonda sobre as raízes culturais da América Latina e Caribe. Aparecida reconhece que há uma diversidade cultural no continente e, o fato da Igreja assumir esta diversidade, é um caminho importante para a evangelização. O primeiro a falar foi o cardeal Felipe Arizmendi, mexicano, que abordou a questão dos povos originários. Recordou que Aparecida apresentou alguns elementos positivos da diversidade cultural, sobretudo dos povos originários. O trabalho de inculturação litúrgica, por exemplo, entre os povos originários tem avançado, mas falta a aceitação desses povos. Há exclusões e pobrezas, a Igreja está junto, mesmo com seus limites. O reconhecimento das sementes do Verbo nas culturas indígenas precisa passar dos conceitos à prática, aceitando seus valores à luz da pessoa de Jesus Cristo. É preciso traduzir a Bíblia para as línguas indígenas, promover as vocações indígenas e formação inculturada. Fez três propostas: 1. Que se continue os encontros no continente com a participação dos indígenas; 2. Que tenha um bispo que acompanhe no CELAM a questão indígena; 3. Que se empenhe na articulação de um Teologia indígena.

A segunda a falar foi a Ir. Maria Suyapa, hc, indígena de Honduras: recordou que da África chegaram os primeiros povos, os afrodescendentes, cuja matriz cultural não pode ser negada. Esta migração africana marcou profundamente o continente latino-americano, desde as culturas até as expressões religiosas do cristianismo, a partir das línguas e costumes desses povos. Com a conquista e a colonização os povos originários sofreram a mestiçagem com as matrizes africana e europeia. No entanto, os povos originários e afrodescendentes não são respeitados em suas diferenças, muito menos aceita, nos governos e na Igreja. O conhecimento antropológico, filosófico, teológico, saúde natural, o bem viver da cultura dos povos originários e afrodescendentes precisam ser reconhecidos e aceitos no mosaico continental de América. Como Igreja temos que assumir a luta dos povos deste continente.

Na sequência ouvimos o padre Venanzio Mwangi, imc: recordou o documento da UNESCO que reconhece o valor das culturas em todas as suas expressões, como também o pensamento de São João Paulo II sobre o ethos cultural. Cada nação, cada povo, cada cultura vive em sua própria originalidade seus costumes e valores. Como uma árvore no bosque que agrega todas as forças vivas. Desde Aparecida, n. 88, recordou que tanto os povos originários como afrodescendentes foram arrancados de suas raízes, como também os povos migrantes europeus que chegaram no continente. Tudo isso formou a complexidade do ethos cultural de América Latina. A Igreja teve, e ainda tem, dificuldade em aceitar essa complexa realidade, por isso, o continente da esperança ainda precisa ter seu rosto próprio. Os escravos africanos são o maior desafio cultural e sujeito histórico da ação eclesial. Que esta Assembleia aprofunde a raiz afrodescendente da catolicidade e suas particularidades para um novo Pentecostes. Quais são as aspirações mais profundas dos povos afrodescendentes para o catolicismo? O Brasil é o pais com o maior número de católicos e de afrodescendentes. O que isso significa para o catolicismo e a reflexão teológica? Temos que caminhar com uma teologia marcadamente latino-americana.

Foi recordada a situação dos povos Ianomâmis que sofrem as consequências de abusos, invasões de suas terras, a fome e a morte.

Outra fala foi da Ir. Laura Vicuña, icf: apresentou o compromisso com povos originários presente no Brasil e no continente que sofrem o extermínio e a exclusão. O reconhecimento da presença das sementes do Verbo nas culturas indígenas é fundamental, mesmo que, às vezes, a Igreja chegou com a espada. 4 aspectos são importantes: a alteridade entre os povos originários; a reciprocidade do bem viver; povos da integralidade ligados à terra, água e animais; povos da fraternidade – sinodalidade, ministerialidade – que experimenta a unidade na coletividade. Nas formas de vida de todos os povos está presente o sonho de uma Igreja viva e solidária. Ir. Laura apresentou testemunho breves de outras lideranças indígenas que reforçaram o valor da coletividade e do bem viver dos povos originários.

Ao término da mesa redonda foi feito o convite para a celebração eucarística. Assim terminamos esse terceiro dia com a força do chamado à conversão integral.

Pe. João Mendonça, sdb


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