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A reforma de Francisco com o apoio de Bento XVI


Dois papas, dois estilos, mas o mesmo ideal: por um catolicismo que não perca o profetismo.

Francisco é um estrategista? Eu sempre disse que sim, e um estrategista do bem. E perceberemos isto se nos atentarmos aos seus mais simples gestos. Entre os papas da era contemporânea, Francisco é o único sem histórico de “vida romana”. Um “outsider” que não se destaca em nenhuma área de “tradição pontifícia”: filosofia, teologia ou diplomacia vaticana. Ele sequer estudou na cidade eterna, como a maioria dos papas. João Paulo II, por exemplo, não chegou a ter uma experiência curial, mas concluiu parte dos seus estudos teológicos aqui.

O papa Bento XVI, ao contrário, passou quase 30 anos trabalhando no órgão que coordena as ações da igreja. Em 1977, o então cardeal alemão, Joseph Ratzinger, passou a atuar no governo central da Igreja Católica, a pedido de Paulo VI. E graças a João Paulo II, se tornou um dos homens mais influentes da instituição após assumir a Congregação para a Doutrina da Fé, em 1981. E foi justamente esse papa dotado de experiência que precedeu Papa Francisco. É por isso que, na tradição católica, acredita-se que os papados possuem uma “ligação espiritual entre si”, e se complementam por perseguirem o mesmo ideal, independente dos programas de governo que adotam: preservar o depósito da fé.

A colaboração entre esses dois papas foi um assunto pouco tratado pela mídia e por boa parte dos católicos. Muitos fizeram questão de contrapor os dois sumo-pontífices, ignorando que, nos bastidores, foi criada uma rede discreta de colaboração entre eles. Quem tentou contrapor os papas, não conseguiu minar a força dessa união que foi se consolidando com o passar do tempo, e pelo bem da instituição.

Muitos não sabem, mas nos primeiros encontros que tiveram, Francisco e Bento XVI falaram sobre a estrutura da igreja e sobre a necessidade de uma reforma. Em outras palavras, o papa emérito mostrou “o caminho das pedras” para que Francisco pudesse executar um plano de ação mais eficaz, tendo em vista a realidade dura e difícil que o aguardava. A experiência de Bento XVI unida ao ímpeto revolucionário de Francisco, são os grandes responsáveis por esse forte apelo à colegialidade e à internacionalização do governo da Igreja impressos pelo catolicismo hoje.

Quando Francisco assumiu o papado, em 2013, muita coisa era nova para ele, apesar de sua longa experiência de cardinalato. À época, Francisco foi eleito justamente por causa de sua visão de mundo e por integrar o grupo de cardeais que se opunha à centralização excessiva da cúria romana. Algo visto com bons olhos, por exemplo, pelos prelados católicos orientais. Naquele ano, a cúria romana estava envolvida numa série de escândalos que ameaçavam a credibilidade da Igreja Católica. E o cardeal Jorge Bergoglio, justamente por estar desvencilhado dos “vícios curiais” e de uma visão “filo-europeia”, acabou levando a tiara.

O desejo de viver na Casa Santa Marta, por exemplo, foi justamente para que ele tivesse mais contato com a classe trabalhadora do Vaticano, apesar de as fontes oficiais não confirmarem isso. Além disso, o prédio onde ele vive continua sendo uma casa de hospedagem por onde passam bispos e cardeais de todo o mundo. O que permite ao morador ilustre e nada convencional, um contato mais direto e menos “burocrático” com seus colegas de episcopado.

Esse desejo sincero de estar “rodeando de gente” para que não viesse a adoecer psicologicamente, também motivou o Papa Francisco a estabelecer seus aposentos por lá. Seria difícil, para quem estava acostumado a caminhar livremente pelas ruas de Buenos Aires, se enclausurar num apartamento pontifício com acesso restrito e cuja estrutura o obrigaria a estar ladeado de um grupo seleto de colaboradores.

Sim, é bem verdade que todos os papas pós-conciliares se esforçaram para manter viva a chama do “aggiornamento” - atualização - proposta pelo concílio Vaticano II. Porém, é como se Francisco, inspirado nos pontífices que presidiram a assembleia na década de 60, se sentisse mais motivado a promover uma colegialidade que vai além da nomeação de bispos estrangeiros para cargos importantes no Vaticano. Francisco quer governar efetivamente com os bispos e sentir a voz da Igreja. É por isso que o próximo sínodo dos bispos, de 2022, tratará o tema da colegialidade dos bispos, o que, na nossa avaliação, será a coroação do seu projeto de reforma.

Agora sim poderemos falar de uma reforma das estruturas, e não somente de uma reorganização, que foi o que João Paulo II fez, por exemplo. João XXIII, um papa de transição, abriu as portas da igreja para os anseios do homem contemporâneo. Da mesma forma, Bento XVI, um papa de transição, conseguiu resgatar, em pouco tempo de pontificado, muito da nossa identidade enquanto católicos. Francisco, por sua vez, nos mostra como o peso dessa identidade deve nos impulsionar a dar respostas concretas frente aos desafios do mundo. Bento XVI deve estar contente por contemplar isso, na qualidade de semeador. Só os sedevacantistas é que não.

Mirticeli Medeiros – (Fonte Dom Total)


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