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Uma Meditação Para Nossos Tempos


Uma meditação para nossos tempos

DO: Prof. Dr. Andrés Torres Queiruga

O problema do Mal

Como viver o problema do mal diante do Deus de Jesus, Deus que é  Abbá, que é amor, pura salvação. Estamos num momento em que justamente o problema do mal, que é um problema eterno, o problema do mal nasce com a humanidade. Todos nascemos chorando, crentes ou não crentes; nos enfrentamos ao sofrimento, temos medo diante da morte. E de vez em quando há sacodidas históricas, como a que estamos passando, do corona vírus, que realmente, ainda que esqueçamos o problema do mal, de repente nos assalta e nos assombra. Realmente por isso convêm encontrar uma nova maneira, uma maneira autenticamente evangélica de enfrentar o mal.

O mal está presente na bíblia, está presente em todas as religiões. A narração do paraíso no fundo tem muito essa explicação de porquê aparece o mal no mundo; tem na Babilônia o poema do Gilamesh que é impressionante ante o problema da morte, do sofrimento; no Egito; em todas as grandes culturas. Houve ademais distintas respostas, e o cristianismo deu também uma resposta a este problema universal.

O que acontece é que há uma grande ambiguidade na hora de enfrentá-lo. Por exemplo, é um problema eterno que herdamos de milhares de anos, mas temos dificuldades atuais, temos uma sensibilidade de uma cultura moderna que enfrenta um problema muito antigo e levamos dentro de nós uma série de preconceitos, de ideias que damos por entendidas como evidentes que no fundo são contrárias ao que cremos de verdade. Temos que ter cuidado porque no fundo somos todos maniqueos; somos verdadeiramente maniqueos. Por quê? O maniqueísmo como sabemos foi uma solução fácil ao problema do mal; excessivamente fácil. Porque o mal é um problema tão grave, um problema tão terrível, que se pensou que tinha que ter um princípio independente. Não queriam atribuir o mal a Deus, o qual é um Deus bom, que cria o bem, que faz a criação boa; e tem que haver um Deus mau que produz o mal, ou que envia os castigos, que manda as pestes, etc., etc.; naturalmente ninguém de nós acredita nisto. Mas na hora de pensar nosso problema do mal, eu indicarei que efetivamente há em nosso inconsciente um Deus que é maniqueo. A prova é que, por exemplo, agora que há tanta crise com o corona vírus, todos temos medo, temos medo que nos pegue essa enfermidade, há procissões, há sobretudo contínuas súplicas. Se estamos pedindo a Deus, que acabe com o mal, com o corona vírus, sem querer, sem pretende-lo, estamos dando por suposto, que Ele pode eliminar o corona vírus, o mal do mundo, e que não o faz. Ao suplicar a Deus que acabe com o corona vírus, estamos dando por suposto que pode acabar, e que se não acaba é porque não quer; e estamos pensando um Deus que não é o Deus de Jesus: porque um Deus que é puro amor, é obvio que se fosse possível afastar o mal do mundo, Ele o afastaria, ou de outra maneira não acreditamos que é isso mesmo. Se Deus e puro amor e há mal no mundo não pode depender dele. Na medida em que nós pedimos a sua ternura, o seu amor, suplicando-lhe que seja misericordioso, que tenha compaixão de nós, estamos negando a verdade do Deus de Jesus.

Por que aconteceu isso? Porque se dava por suposto que o mundo poderia ser perfeito, pensamos: “Deus poderia criar um mundo absolutamente perfeito, como nós fazemos coisas que melhoramos”; pensamos portanto, se o mundo não é perfeito, é porque Deus não quer evitar o mal no mundo. Na cultura pré-moderna, se falava tanto do intervencionismo divino: todo se dava por suposto que vinha diretamente de Deus; os salmos dizem que Deus manda a chuva, que Deus manda o raio, que Deus pode mandar peste, que Deus manda a benção e a maldição. Há um pensar pré-moderno que levamos todos no inconsciente que dá por suposto que Deus quer fazer tudo quanto quer. Por exemplo Santo Agostinho, encontrava-se com este problema e tinha que procurar solução porque o mal não podia vir de Deus, logo convinha, na sua etapa maniquea, quando ele supera isso, então diz o mal não existe, que o mal é só aparência. Como neoplatónico, diz que o mal é pura negação. Mas dava por suposto que Deus mandava o mal e que mal não podia vir de Deus, senão de nós; e daí vem por exemplo, a terrível doutrina do pecado original, de que todos os males do mundo, são de alguma maneira um castigo de Deus. Ele não era capaz de acreditar nisso, mas seu inconsciente o levava a isso, e por isso mesmo pensava que tinha que haver um inferno para os maus porque o mal era um castigo, e se alguém sofria o mal tinha que estar sofrendo algum castigo.

Para não se perder nisso, vou esclarecer o grande preconceito que está aí, de Epicuro. Epicuro era crente e enfrentava o mal com o famoso dilema: “Ou Deus quer evitar o mal e não pode, e então não é onipotente; ou Deus pode evitar o mal e não quer então é mau”. Este dilema que segue presente na cultura humana é tão terrível que se fosse verdade esse dilema, nós pensaríamos que assim era Deus. Pensemos, tanto estamos preocupados pelo corona vírus, que tem gente que está doando a sua vida lutando contra esse mal, gente que está sacrificando-se, se expondo a morrer; porém, seguimos dando por suposto que Deus podia evitar o corona vírus. Um médico me diz que “Deus podia evitar o corona vírus com só querer e não o faz; se isso é um amigo, eu não quero ser amigo Dele.” Estamos dando por suposto que Deus podia evitar não somente o corona vírus, mas também as mortes das guerras, e que não o faz. É isto que constitui para muitos o problema do mal, o mistério do mal, mas que não fundo, é um falso problema, porque está dando por suposto que era possível que Deus evitasse o mal.

Mas pensemos agora: de onde vem o mal?  Pensemos, eu estou agora falando aqui de Santiago de Compostela, e gostaria de estar agora no Brasil, com gente diante de mim podendo falar face-to-face. Mas eu não posso estar lá; porque Deus não quer ou porque somos finitos? A finitude faz que o mundo não possa ser perfeito. Se uma pessoa é homem, automaticamente não pode ser mulher. Se existisse aqui uma reunião de dez pessoas e estivéssemos todos com muita fome, e querendo comer; mas se alguém come demais, automaticamente priva aos outros; ou seja, a finitude faz que o que é bom para uns, possa ser mal para os outros. A finitude é que produz catástrofes, que produz mal. Em efeito, em nível filosófico, Espinoza diz que toda determinação é uma relação: se tu fazes uma coisa, automaticamente não podes fazer outra coisa. O mal é um produto inevitável da finitude.

Então qual é a postura de Deus diante do mal? Se nós, dermos por suposto, que Deus o pode evitar, devemos pensar geralmente que alguma coisa sucede. Pensar que um grande teólogo como Romano Guardini, contava falando da hora da sua morte, ele homem tão cordial e boa pessoa: “quando eu morrer e me apresentar diante do tribunal de Deus também tenho uma pergunta para fazer a Deus: por que o sofrimento das crianças inocentes?” Dando por suposto que Deus podia evitar o mal das crianças inocentes. E outro grande teólogo Karl Rahner que cita isto: “ver a Deus enfrentado no tribunal humano, o problema do mal deveria que ser condenado.” Se pensamos que teólogos grandes podem pensar que Deus podia evitar o mal e não quer, estamos criando um Deus maniqueo. Quando nós temos um Deus que é puro amor. Então como pensar?

Pensando na teodiceia, há dois grandes caminhos. Porque a mim sempre me intrigou que se há esse problema de Epicuro que dava por suposto que Deus podia evitar o mal e não fazia; como podia se continuar acreditando nele? Porque o dilema era conhecido por Santo Agostinho, o dilema era conhecido por Santo Tomás, todos os grandes teólogos o conheciam. Porém, não deram importância a esse dilema. Sempre me perguntei: como é possível que se existe esse dilema continuem pensando que Deus e bom? Pois porque havia, o que eu chamo: a via curta da teodiceia. Que quero dizer com isso? Que no fundo, a gente, acreditando que Deus está ao nosso lado, que Deus é puro amor, que só pensa em nosso bem, inconscientemente sem pensar damos por suposto que realmente se existe mal, é algo que Deus não pode querer. E isso parece uma contradição, mas está funcionando com uma lógica distinta, que é a lógica da consciência que é a lógica da via curta da teodiceia. Se eu vejo um menino sofrendo, chorando, gritando de sofrimento, e vejo ao seu lado, uma mãe que está ali, eu não necessito mais que pensar, “a mãe não pode evitar o mal deste menino, se este menino está sofrendo, é verdadeiramente porque para esta mãe é impossível superar esse mal.” Então a resposta poder ser: “a mãe não pode, mas Deus sim.” Por que sabemos que Deus pode? Temos que pensar qual é o raciocínio com o que eu estou seguro, absolutamente seguro, que se esse menino está sofrendo é porque a mãe não pode lhe evitar o mal. Mas não, porque eu sei que a mãe ama tanto o menino, que se pudesse evitar o mal, o faria sem dúvida nenhuma. Pois agora tiremos a conclusão: se Deus nos ama infinitamente, e nós estamos padecendo o mal, é evidente que o mal não pode ser querido por Deus. Esta é a que eu chamo a via curta da teodiceia porque indica que a gente poderia acreditar em Deus apesar do mal, porque ao estar convencido que Deus existe, e que Deus ama, então o mal está aí porque é impossível evita-lo. Mas isso naturalmente que poderia avançar, poderia solucionar o problema durante a etapa pré-moderna, onde todo mundo acreditava em Deus, onde não havia praticamente ateísmo. O mesmo Epicuro que pôs o dilema, continuava acreditando em Deus. Então acreditar em Deus ao pensar que Deus existe, que nos ama, era possível assimilar esta contradição de que exista o mal; se Deus nos ama, e o mal existe, de alguma maneira tem que existir alguma solução. E isso segue funcionando porque muitas vezes olhamos para a cruz de Jesus e pensamos: “se eu estou passando muito mal e Jesus também passa, isso é para mim um consolo.” Penso que além disso muitas vezes por raciocínios que estamos acostumados a fazer, podem nos ajudar, mas ao longo do tempo o grande recurso que temos perante o mal é estar convencidos que Deus nos quer bem; vemos o exemplo de Jesus e estar sempre olhando a Jesus será sempre um consolo para sair do mal. Mas pode ser uma solução falsa, porque se seguimos dando por suposto que Deus podia evitar a cruz de Jesus, poderíamos retornar ao problema de Epicuro: que Deus permite que matem o seu Filho, ou que a cruz é um castigo pelos pecados do mundo, etc. etc. Isso não vale. Pois devemos tentar compreender, que passa, como é possível que se Deus é amor siga havendo mal.

A modernidade o que descobre é que o mundo funciona por si mesmo. Por isso se compreendemos que as leis do mundo produzem choques entre si, e não podem não produzir, se há evolução...

Falando na teodiceia, na modernidade, justamente o problema do mal se converteu na rocha do ateísmo como diz o grande dramaturgo alemã. Porque se Deus pode evitar o mal e não quer, realmente Deus não pode ser bom. E isso nos levaria a não acreditar em Deus. Então como os cristãos podemos acreditar em Deus? Por que existe o mal no mundo? Como expliquei: o mundo é finito; na finitude, uma coisa não pode ser a outra, o mal produz choques, produz contradição; qualquer mal que exista dentro do mundo tem uma causa dentro do mundo. Estamos padecendo este terrível mal do corona vírus; este terrível mal tem uma causa que não é nem do demônio, nem é de Deus, senão que há um vírus que o produz. Então realmente uma vez que compreendemos isto a grande pregunta não é: por que no mundo existe mal e Deus o consente? Senão o mundo produz mal, então: Por que Deus cria o mundo apesar da existência do mal? E a minha pergunta seria: por que os pais trazem filhos ao mundo, apesar de saber que os trarão ao mundo com mal? A resposta cristã foi sempre: Deus cria o mundo porque sabe que apesar do mal, o mundo vale a pena. Por isso um pai e uma mãe que trazem um filho ao mundo, sabem que os trazem apesar que haverá mal porque eles com todo seu amor vão estar dedicados, vão estar entregados ao seu lado, vão estar dedicando a ele toda a sua vida. Se agora miramos a bíblia, reparamos que é exatamente a imagem de Deus. Desde o Génesis e sobretudo no Êxodo Deus aparece com aquele que está preocupado pela opressão, pelo mal no mundo. O grito dos profetas todo o tempo foi: “não quero sacrifícios, não quero oração, o que quero é que atendais o órfão e viúva.” Nós acreditamos num Deus que é puro amor, que sofre e se preocupa pelo mal no mundo e por tanto, está nos acompanhando a todos na luta contra o mal. A definição de Deus, que tenho proposto é: Deus é “contra-o-mal”. Deus criou o mundo e o criou só por amor, para que o mundo vá adiante e se realize plenamente, o mal é, o que se opõe a Deus. Um pai e uma mãe que tenham filhos estão voltados totalmente para ajudar os seus filhos para sair adiante; e qualquer dor, qualquer sofrimento do filho, é ante tudo um sofrimento para a mãe e o pai. Eu lembro tantas vezes minha mãe: se doía um dente, me dizia, quem me desse que doesse a mim e não a ti. Uma mãe preferia sofrer em lugar dos seus filhos. Se Deus no antigo testamento nos diz: “Ainda que uma mãe se pudesse esquecer do filho das suas entranhas, Eu não me esquecerei de ti”. Por tanto a atitude de Deus diante o mal é, a de estar absolutamente ao nosso lado contra o mal. O predicador do Papa diz uma frese que gostei muito: “Deus não está na enfermidade, Deus está no enfermo, contra a enfermidade”; Deus neste momento não está no vírus, está com todas as pessoas que estão no mundo lutando contra o vírus, que estão esforçando-se por amar seus irmãos. Deus é “contra-o-mal”. De qualquer maneira, cada vez que nós pensamos em Deus temos que pensar em alguém que está ao nosso lado, apoiando-nos e lutando para que nós possamos ir vencendo o mal. Nesse sentido a morte de Jesus, devemos também a interpretar bem. Há uma teologização da morte de Jesus que no fundo foi interpretada como um grande sacrifício, como o grande teólogo Moltman chega a dizer que na cruz Deus está realizando sua salvação, com um grande sacrifício cósmico, e chega a dizer que a cruz é um assunto entre Deus e Deus. No sofrimento de Jesus, Deus está nós salvando, Deus está nos redimindo. Naturalmente há muito de verdade nisso, mas há a insinuação excessiva, que não repara que, indubitavelmente a cruz de Jesus é salvação para nós; mas não no sentido que normalmente se interpreta. Porque Jesus, justamente por ser uma pessoa humana, que nasce na história, que nasce dentro da história, é uma pessoa, é um ser humano finito, e por tanto, Jesus também esteve enfrentado com o mal, Jesus teve que padecer o mal. Jesus teve uma morte tão terrível que realmente não há muitas que se possam igualar; é uma morte vergonhosa. Jesus que tinha possivelmente também uma mentalidade que pensava que era possível eliminar o mal do mundo, e tem uma confiança tal no Pai que sabe que aquilo que o está lhe passando, possivelmente é incompreensível para ele. Então terei que atrever-me a dizer que a cruz, é a última lição que aprendeu Jesus, ao compreender que Deus é salvação para nós; que Deus é Abbá; que só pensa em ajudar-nos e amar-nos; e então resultava incompreensível na mentalidade religiosa daquele tempo: por quê Deus não o libertou da cruz? Daí temos que nos evangelhos tem uma contradição. Mateus e Marcos, põem na boca de Jesus, interpretando aquilo quando Jesus grita: “Por quê me abandonas-te?” São palavras teológicas. Enquanto no Evangelho de Lucas: “Pai em tuas mãos ponho meu Espírito!” Aqui está o modelo da via curta da teodiceia. Jesus possivelmente naquele momento, em nível teológico, devido à cultura religiosa na que ele estava inserido, não tinha uma explicação teórica, mas tinha a explicação do coração: “Se isto me está acontecendo, é porque é impossível, mas o Pai está comigo, eu confio nele, por isso me coloco nas tuas mãos.” Por que dou tanta importância a isso que se diz? Porque realmente, isso que parece diminuir a importância da cruz como um grande sacrifício redentor, é o que nos mostra a grande redenção do mal. Porque Jesus ao ser capaz de enfrentar a morte; o mal terrível; desde a confiança em Deus nos mostra efetivamente, que qualquer coisa que possa nos acontecer, tudo o que possa vir sobre nós, Deus está ao nosso lado e podemos enfrenta-lo. Aconteça o que acontecer na vida, eu sempre posso dizer: “Pai eu estou nas tuas mãos”. Se por acaso uma pessoa se enferma do corona vírus, e está sofrendo, como acontece com alguns com sofrimentos terríveis, e além demais numa enorme solidão; e se lembra da cruz de Jesus, sem trazer grandes teologias, pensa: “Jesus, apesar do que estava acontecendo, foi capaz de confiar no Pai, logo isto que me sucede, não é uma maldição, não é um castigo, é uma coisa impossível de evitar, mas o Pai está comigo.” Deus não salva a Jesus da cruz, mas salva a Jesus na cruz porque está com ele assegurando-lhe que Ele está com Ele, e que a sua vida, apesar de tudo isso, tem um sentido, e de que o mal, o tormento, o sofrimento, inclusive a tentação da desesperação, não é coisa que venha de Deus, é algo que Deus não quer, e que Ele nos ajuda a que o possamos superar. Por isso não há nada, não existe nada no mundo que possa romper esta nossa união com Deus. E por isso é bom ler o capítulo 8 da carta aos Romanos, um dos grandes capítulos de toda a bíblia; São Paulo medita isso, e quando está meditando o amor universal de Deus, que Deus não faz privilégios, que só tem filhos e filhas, e portanto é pura salvação, inicia o capítulo dizendo: “Como consequência, nem resto de condenação existe agora para os que estão unidos a Cristo Jesus”; Paulo compreende, que unidos a Deus, não há nada que nos possa condenar, não há nada que indique que Deus não nos ame, que estamos nas mãos de Deus; e quando acaba o capítulo, um homem que foi açoitado, que esteve várias vezes em perigo de morte, escreve umas palavras que considero das mais potentes, das mais poderosas de toda a bíblia. É bom ler porque iluminam bem os nossos raciocínios: “Quem nos poderá separar do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Como diz a Escritura: ‘Por tua causa somos postos à morte o dia todo, somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro’. Mas em todas essas coisas somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou. Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem os poderes nem as forças das alturas ou das profundidades, nem qualquer outra criatura, nada nos poderá separar do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor”. Estas são palavras extraordinárias porque Paulo nos diz que nada nos pode apartar do amor que Deus tem por nós. O mistério pascal parte da grande manifestação do mal que foi a crucificação de Jesus; mas culmina na ressurreição de Jesus. A confiança plena em que nem sequer a morte pode acabar com isso. Portanto a grande atitude que pode surgir em consequência, que é a que Jesus tem confirmado: Diante de Deus só podemos estar orando em confiança. Daí que por exemplo a petição carece de sentido, uma vez que estamos diante de Deus. Se estou sofrendo o problema do corona vírus, o que devo pensar, se acredito de verdade em Deus é: “Deus está comigo me apoiando para eu ser capaz de enfrentar esse mal.” Esta com todo o povo que está ao meu redor trabalhando seu coração para que realmente se dediquem a tentar de superar o mal dessa pessoa. Devo pensar: “Deus está conosco apoiando-nos” para que sejamos capazes de enfrentar no momento o que for: o que na vida por problemas psicológicos, ou por problemas circunstanciais se nos opõe. Mas Deus está ao meu lado apoiando-me contra o mal. A minha oração não deve ser: “Deus ajuda-me; Pai ajuda-me!”, não; “Pai sei que me estás ajudando, apesar de que neste momento possa não senti-lo, apesar de parecer que tudo está contra mim, eu sei que sim me apoias, que me das força para enfrentar isso.”

Prof. Dr. Andrés Torres Queiruga.  

Esta partilha meditação foi extraída do vídeo do site http://www.ihu.unisinos.br que conforma um ciclo de palestras: "A questão do mal e o sofrimento humano no mundo pandêmico". 

 

Cf. https://www.youtube.com/watch?v=6_VyeKAMnVk&t=925s


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