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Indígenas Warao pedem atenção em Manaus


O movimento migratório dos indígenas Warao, etnia que habita há séculos o delta do rio Orinoco, no estado Delta Amacuro e regiões dos estados Bolívar e Sucre na Venezuela, entra no Brasil pelo estado de Roraima e segue para o Amazonas, Pará e Maranhão. Podemos encontrá-los em cidades como Pacaraima, Boa Vista, Manaus, Belém, Santarém e São Luís, vivendo com muita precariedade em abrigos, casas e até mesmo na rua ou praças. Visitamos uma dessas casas na Avenida Tarumã em Manaus onde se encontram no momento 93 indígenas, muitas crianças. A casa providenciada pela Prefeitura e o Estado com o apoio da Caritas e a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), já hospedou 180 pessoas. Ainda em Manaus, em outro abrigo na rua Alfredo Nascimento, se encontram mais 400 Warao. 

Já em Roraima, existem outros três abrigos destinados aos Warao e à outras etnias: um deles em Pacaraima próximo à fronteira e os outros dois em Boa Vista: no bairro Pintolândia e no espaço Ka Ubanoko (dormitório comum), antigo complexo esportivo abandonado onde também atua a Equipe Missionária Itinerante dos Missionários da Consolata. Estima-se que em Roraima, os Warao somam mais de 2.000 pessoas. Somando aos que estão em outros estados, esse número ultrapassa os 3.000. O movimento de entrada e saída é uma constante nos abrigos dos venezuelanos que não param de chegar. Segundo estatísticas mais de 4 milhões já deixaram o país do regime de Maduro em busca de melhores condições.

A imigração dos indígenas Warao é também um desafio para a Igreja que, de 6 a 27 de outubro, realizará um Sínodo especial para a Amazônia em Roma. De fato, não está sendo fácil lidar com a mobilidade desse povo. Algo sério ocorreu em seu habitat para causar esse movimento. Warao significa “povo da canoa”, pois a relação deste grupo com a água é íntima. Eles são, tradicionalmente, pescadores e coletores, e vivem em comunidades nas zonas ribeirinhas fluviais e marítimas, além de pântanos e bosques inundáveis. Diversos fatores de impacto ambientais causam a deterioração das condições de subsistência e a invasão progressiva de suas terras por agricultores, pecuaristas e mineradoras provocaram, desde a década de 1970, o êxodo territorial dessa etnia para os centros urbanos da Venezuela, intensificado nos últimos anos pela crise que vive o país.

A situação na Venezuela

Antes de chegar em Manaus, passei 15 dias no país da revolução bolivariana. Ultimamente as expectativas para a mudança entrou em uma situação de impasse devido ao equilíbrio das forças da oposição com as do governo. A interferência das nações e dos poderes econômicos externos parece ter cancelado qualquer iniciativa.

O líder da oposição, Juan Guaidó, por um lado, não cumpriu suas promessas, enquanto, por outro, o presidente Maduro conseguiu neutralizar as várias tentativas feitas pela oposição. Em dezembro, Guaidó encerra seu mandato e, se nada mudar, será o terceiro fracasso da oposição. Talvez por isso a mídia tenha silenciado sobre a situação na Venezuela. Enquanto isso, a população como os imigrantes Warao, continuam sofrendo.

Janaina Paiva, uma das coordenadoras da Caritas em Manaus no Estado do Amazona, explica que em 2018 atenderam mais de 8 mil venezuelanos.  A Arquidiocese de Manaus, por meio das pastorais sociais coordenada por padres e congregações religiosas, auxiliam na obtenção de documentos, alojamento, alimentação e assistência social. Mas a escassez de emprego torna difícil a inserção de todos na sociedade.

No caso dos indígenas, a casa na Ave. Tarumã é coordenada por caciques que procuram manter o mínimo de ordem para uma boa convivência entre as famílias que ocupam peças e o pátio externo. A comida que recebem é partilhada e durante o dia os adultos e jovens saem pelas ruas em busca de mais apoio. Quando dispõem de materiais confeccionam seus artesanatos para vender e ajudar na subsistência. Segundo o cacique, um bom número de crianças está matriculada na escola e um Posto de Saúde do bairro dá assistência ao grupo. Mas a falta de condições de higiene na casa tem gerado problemas de saúde como diarreia e vermes principalmente nas crianças.  

Na acolhida ao imigrantes venezuelanos é preciso olhar para o povo Warao de forma diferenciada a fim de os acolher não apenas como estrangeiros, mas como indígenas orgulhosos de sê-lo, com uma rica história, cultura e tradições.

Na Venezuela, os missionários da Consolata vivem com o povo Warao na cidade de Tucupita e em Nabasanuka, no Delta Amacuro, desde 2006, onde desenvolvem a Pastoral Indígena e acompanham com preocupação esse movimento migratório que a partir de 2016 vem se intensificando. 

 Jaime C. Patias, IMC, Conselheiro Geral para América.


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