Nem percebi que já se passaram dez anos de vida missionário e vida sacerdotal neste dia 09 de setembro de 2021. Eu sento que ainda nem fiz nada porque eu gostaria de continuar fazendo missão como missionário de acordo com necessidades da Igreja. Pensando na vida e na caminhada passada: digo que não foi muito fácil, na verdade foi muito difícil para se ter a vida missionário sacerdotal. Eu deixei a minha família, mas abracei a família internacional. Deixei minha terra para entrar na terra da missão. Deixei minha cultura e aprendi a viver em outras culturas, só para viver e sonhar como nosso fundador dos Missionários Xaverianos São Guido sonhou, “fazer do mundo uma só família. ”  

Minha vida possa dividir em três níveis: Família, Formação e Missão: A que eu estou vivendo agora. Quando eu falo em família, estou me referindo ao tronco da minha vida de onde eu vim. Eu nascei em Bangladesh onde tem 85% de muçulmanos e 0,03% de cristãos e eu nascei no meio das três religiões: Islamismo, Hinduísmo e Budismo. Nasci em uma família católica, mas quando era criança, no meu vilarejo acontecia duas missas por ano. Nem tinha Bíblia na minha casa. Então só escutava a Palavra de Deus quando participava das celebrações aos domingos. Foi assim que eu cresci.

Quando era criança, eu sempre gostava de roupa branca (túnica) do padre que vestia durante a missa. Então eu pensava: um dia eu vou vestir esta roupa branca. Eu sonhei e continuei meu estudo com meu sonho. Terminei Ensino Fundamental, Médio e Superior e pôr a caso fiz estádio vocacional dos Missionários Xaverianos. Eu gostei e desejei entrar na formação Xaveriana. Na casa de formação fiz noviciado por um ano e meio. Professei votos temporários e fui estudar teologia nas Filipinas. Quando cheguei Filipinas, aprofundei a língua inglesa para estudar teologia por cinco anos e em um ano aprendi Tagalo (língua do país) para fazer um ano de pastoral numa Paróquia Xaveriana.

Depois de seis anos de formação e estudo nas Filipinas, fiz minha consagração perpétua e comecei a trabalhar como diácono. Depois de seis meses trabalho diácono, voltei para Bangladesh para minha ordenação sacerdotal. Fui ordenado padre e depois de três meses da ordenação eu voei para terra de minha missão. O Brasil.

Entrei na terra de missão sem saber o idioma, o português. Nada conhecia do Brasil, ao não ser o futebol, o carnaval e o samba. Chegando sem saber nada, eu ficava quieto, mudo e olhava para pessoas. Quando alguém fala comigo eu apenas respondia com um grande sorriso. No início da minha missão, fiz experiência de São Paulo que é o encontro com Jesus e caiu e depois ficou cego por três dias. Eu também enxergava tudo, mas não entendia nada que aparecia em minha frente. Paulo foi para a pensão e eu fui para escola para receber a luz. Uma experiencia dolorosa que eu fiz, mas com a perseverança consegui aprender português, comecei aprender a cultura para continuar missão.

O povo brasileiro foi muito acolhedor e amigável e me ajudou muito para aprender a língua portuguesa, a entrar na cultura para fazer missão com povo que eu encontrei na minha caminhada. Sempre eu tive pessoas que tornaram amigos. Quando eu não entendia, me foi explicado. Quando eu precisava de ajuda, pessoas sempre estavam prontas a ajudar. Eu sempre gosto de ficar com os amigos, comer nas famílias, com os amigos e trabalhar com eles. Eu gostei muito da hospitalidade dos brasileiros.

Especificamente partilhando minha missão nesses dez anos foi assim: Eu estudei mais ou menos seis meses depois de chegada no Brasil, terminando os estudos. Trabalhei em Piracicaba, na Paróquia Imaculado Coração de Maria por dois anos e sete meses, depois a congregação criou a Paróquia São Guido Maria Conforti - na cidade Hortolândia, e eu foi chamada para ser responsável pela missão na nova paróquia. No início da paróquia tive dois padres que me ajudaram para cuidar da paróquia. Nós trabalhamos juntos para organizar a nova paróquia, a formar pastorais, a caminhar com povo e fazendo missão. Não foi fácil trabalhar na nova paroquia. Mas todo trabalho foi feito com amor e dedicação para mostrar ao povo o caminho certo para viver a vida cristã.

Estes dez anos de vida sacerdotal e missionária em Brasil passou como vento. Parece me que não fiz nada ainda, mas sei que ajudei a igreja universal a evangelizar, não para meu sucesso ou ganhar título, mas para que Jesus seja conhecido por todos os povos da terra e tentando assim cumprir o sonho do nosso fundador: “Fazer do mundo uma só família.”