Palavra do dia: A Vigilância
«Não precisamos de mais nada a não ser um espírito vigilante.» Este apotegma do abade Poemen, um Padre do Deserto, exprime bem o caráter essencial que reveste a vigilância na vida espiritual cristã. O Novo Testamento opõe a vigilância ao estado de ebriedade e ao da sonolência; define-a como a sobriedade e a atitude de ter os olhos abertos daquele que tem um propósito preciso a atingir e do qual se poderia distrair se não fosse, precisamente, vigilante. A vigilância é, por isso, lucidez interior, inteligência, capacidade crítica, presença na história, não distração e não dissipação. Neste terceiro dia no tempo de Advento, recordemos que o vigilante é aquele que adere à realidade com fé e não se refugia na imaginação falsa, na idolatria, que trabalha e não cai na preguiça, que se coloca em relação, que ama e não é indiferente, que assume com responsabilidade o seu compromisso na história e vive-o na espera no Reino que virá. A vigilância é, portanto, a fonte da qualidade da vida e das relações e está ao serviço da plenitude da vida; ela combate as seduções que a morte exerce sobre o humano.
Oração:
Vem de noite, sabes bem que em nosso coração sempre é de noite; Vem, portanto, sempre e não deixes nunca de vir, Senhor! Vem no silêncio, na vigilância, pois já não sabemos sequer o que dizer; Vem, portanto, sempre e não deixes nunca de vir, Senhor! Vem, Filho da paz; pois não sabemos o que é a paz; Vem, portanto, sempre e não deixes nunca de vir, Senhor! Estamos longe, desencaminhados, não sabemos o que somos nem o que queremos; Vem, portanto, sempre e não deixes nunca de vir, Senhor!