Olá! Eu sou Giomar Henrique Clemente, missionário xaveriano, integro atualmente a comunidade da Casa Regional em São Paulo. Na data de hoje, 02 de Julho, celebro o meu aniversário de Profissão Religiosa Missionária, completando 05 anos. É uma data para agradecer ao Senhor pelo chamado e pela companhia diária que Ele vai me fazendo.
Gratidão pelas aventuras vividas e por aquelas que ainda virão! Aproveito deste clima oportuno e feliz para anunciar a minha celebração de Profissão Perpétua que acontecerá no dia 29 de Julho, às 19hs, em minha cidade natal São Gabriel da Cachoeria, Amazonas. Vos convido a celebrar comigo, mesmo quem não puder estar presente fisicamente. Sempre há maneiras de estar em comunhão! Eu vos aguardo!
Feito o convite, vamos à nossa partilha! Este ano estive me preparando para os Votos Perpétuos como Missionário Xaveriano e no início de Junho recebi a resposta favorável para celebrá-la. É um momento de graça e de alegria para mim, para a família Xaveriana, e para todas as pessoas que me acompanham com suas orações, carinho e amizade. Enquanto caminhamos rumo à esta data, vamos conversando um pouco a respeito desta viagem, fazendo memória de muitos rostos, lugares, acontecimentos, que continuam me fazendo como pessoa e como Xaveriano. Te convido a me acompanhar!
O porto de onde parti...
Tudo começou com meus pais. Foram eles os primeiros mediadores do sonho de Deus para mim. Hoje eu costumo pensar “E se eu não fosse cristão, o que eu seria?” Não sei. O que eu sei é que Deus me alcançaria do mesmo jeito, com a mesma ternura, a mesma aproximação. E foi morando às margens do Rio Negro, fazendo parte de uma comunidade ribeirinha, que a minha história vocacional foi sendo escrita. Eu nem fazia idéia, mas Deus sim. Por isso menciono sempre que Ele foi pedagógico para comigo.
As fagulhas do chamado...
Posso dizer que foram vários e continuam sendo ainda hoje. Não entendo o chamado de Deus como algo estático, mas dinâmico e encarnado no contexto onde somos plantados. Em minhas lembranças de criança, recordo a minha mãe como aquela que me pôs em contato com o Sagrado. Depois menciono a imagem dos missionários (sacerdotes, religiosas, leigos) que visitavam as comunidades ribeirinhas para celebrar a Eucaristia. E por fim, não menos importantes, os catequistas. Eram eles, elas, quem animavam a vida do povo no decorrer do ano. Não parece, mas o convite vivo de Deus para segui-lo foi se dando através destas pessoas. Quando tive de migrar da realidade ribeirinha para a cidade a fim de continuar os estudos, a minha participação na Igreja se restringia a ir à missa. Não havia nada além disso. Porém, num período de férias da escola, ao retornar para junto de meus pais, um grupo de pessoas iria receber o sacramento da Crisma. Por insistência da minha mãe, pus o meu nome na lista dos que o receberiam, mesmo sem eu ter feito a devida preparação. Para mim, a Crisma era mais um sacramento que eu deveria cumprir, uma espécie de carimbo no meu passaporte para ser salvo. E assim fiz.
As fagulhas se tornam chamas...
Era 31 de Janeiro de 2000 quando fui crismado. Não teve nada de extraordinário aparentemente. No entanto, alguma coisa em mim foi mudando a partir disso. Penso que o Espírito Santo fez daquele simples ato cerimoniário, uma incessante busca por algo que eu não entendia bem o que era. Havia dentro de mim algo que me atraía pela comunidade, por aquilo que alí se fazia, se vivia. E isso foi aumentando com os anos. Já tendo toda a minha família migrado para a cidade pela necessidade dos estudos e pelo tratamento de saúde da minha mãe, fomos morar perto de uma comunidade que estava surgindo. A comunidade Nossa Senhora Aparecida, hoje Paróquia. O povo se reunia embaixo das árvores, dos ingazeiros, para a celebração, a catequese, os encontros. Eu recordo que antes mesmo de morarmos naquele bairro, passei muitas vezes por aquele caminho e olhava algum grupo ali reunido. Dentro de mim algo se movia e me chamava a experimentar aquilo também. E assim fui, meses depois, quando alí já se construíra uma pequena capela, perguntar como eu fazia para ser parte deste grupo de pessoas que faziam alguma coisa na comunidade. Que engraçado! E comecei colaborando na catequese de crianças. Mais tarde fui com os adolescentes e jovens, e assim conheci a Pastoral da Juventude. E aquela paixão sempre foi aumentando. Na Pastoral da Juventude conheci os religiosos e religiosas e o encanto pela Vida Consagrada foi me cativando.
Os namoros...
[fica para a nossa próxima conversa, semana que vem]
Giomar Henrique SX