No Burundi, estão em curso há mais de um ano violações graves dos direitos humanos e é maior o risco de genocídio. O alarme foi lançado pela ONU e refere-se às manifestações contra o terceiro mandato do Presidente Nkurunziza, que está usando o punho de ferro contra a oposição.
A RV (Giancarlo La Vella) falou com o padre xaveriano Claudio Marano, durante anos missionário no Burundi
A situação é muito grave. Nkurunziza com o seu governo não colabora e não aceita qualquer diálogo com a oposição e a oposição não aceita qualquer diálogo com Nkurunziza. E assim, a oposição está a armar-se: constituíram diferentes grupos que estão em Ruanda, República do Congo, Tanzânia, e muitos fugiram para o estrangeiro. Nkurunziza, por outro lado, está a fazer incursões constantes, tentando prender as pessoas que fotografadas ou feridas durante as manifestações: estas pessoas são lançadas na cadeia e nas cadeias normalmente verifica-se a tortura e em seguida mesmo assassinatos em massa.
Existe receio que se volte àquele genocídio que nos anos 90 o País já viveu ...
Há um grande risco, porque grande parte da oposição é composta por Tutsis e a maioria das pessoas que estão com o presidente pertence aos Hútus. As mesmas pessoas do governo, em vários discursos oficiais, falam de vingança contra os Tutsis que já desde 1972 destruíram os Hútus. Portanto, isso nos leva a crer que, mais cedo ou mais tarde algo virá, porque muitos da oposição – portanto muitos Tutsis - fugiram para Ruanda e também segundo os relatórios da ONU, Ruanda está a preparar-se para se armar e atacar o Burundi.
A comunidade internacional, certamente está empenhada em crises muito graves neste momento, mas seria oportuno um olhar sobre a situação no Burundi, eventualmente através da União Africano: de que maneira?
A nível internacional já se fizeram alguns passos e tais com o encerramento de todos os donativos e projectos por parte da América, a Comunidade Europeia, a França, a Bélgica e a Alemanha. Isto levou o Burundi ao último lugar na pobreza em todo o mundo.
Portanto, no País estão passando por tempos muito difíceis: a moeda foi desvalorizada em mais de 50% e todos sofrem terrivelmente por isso.