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Centro de Estudos Missionários Latino-Americanos (CEMLA)
Aconteceu em São Paulo, de 4 a 8 de março na casa Regional o primeiro encontro do Centro de Estudos Missionários Latino-Americanos (CEMLA) com a presença de seis xaverianos vindos da Colômbia, do México, do Brasil Norte e do Brasil Sul. Eis a mensagem final que informa um pouco o que aconteceu.
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Mensagem do Primeiro Encontro do CEMLA aos xaverianos da América Latina
- Encontramo-nos em São Paulo (Brasil), de 4 a 8 de março de 2013, na sede da Região Brasil Sul, seis xaverianos vindos da Colômbia, do México, do Brasil Norte e do Brasil Sul. Fomos indicados pelas nossas respectivas circunscrições xaverianas, para realizar o Primeiro Encontro do Centro de Estudos Missionários Latino-Americanos (CEMLA). Por uma série de circunstâncias, essa iniciativa foi promovida desde setembro de 2012, mas encaminhada só no final de janeiro de 2013. O pouco tempo para prepará-la não nos desanimou: quisemos realizá-la como começo de um debate necessário, pensado e desejado já há um bom tempo.
- Num primeiro momento nos debruçamos sobre a metodologia a ser aplicada no trabalho. Apresentamos as expectativas para esse primeiro encontro detectando os pontos e as perspectivas comuns. Formulamos os objetivos a serem alcançados por esse grupo de estudo inter-regional. Convergimos sobre dez pontos programáticos que apontam para a constituição do CEMLA cujo objetivo principal: “Objetivo desta iniciativa é refletir sobre a presença e a ação missionária dos xaverianos na América Latina, através da análise das mudanças sociais, políticas, econômicas, religiosas e eclesiais em ato, à luz de uma leitura teológica das diversas realidades, a fim de oferecer estímulos, pistas e perspectivas para projetos missionários que manifestem sempre mais a relevância do nosso carisma ad gentes”.
- A nossa atenção se voltou para a atuação dos xaverianos neste Continente. Procuramos captar a relevância da nossa prática em relação à realidade dos nossos povos. Percebemos a urgência de uma reflexão que possa ser uma contribuição para aprimorar a nossa presença. Uma teologia “pé no chão” que subsidia a ação missionária e que ajude a formação permanente é o que se exige hoje na América Latina.
- Para essa finalidade, pensamos de nos encontrar anualmente em lugares que facilitam a participação de todos, trazendo trabalhos realizados através de intercâmbios ao longo do ano sobre um assunto previamente concordado. Além dos confrades designados pelos respectivos superiores regionais, outros poderão ser convidados a participar e a colaborar.
- O segundo momento do nosso encontro foi marcado pelo aporte que cada participante livremente trouxe para a discussão. Dedicamo-nos a escutar as urgências de nossas diversas realidades. Falamos dos jovens, do mundo urbano, do desafio da secularização e do pluralismo, da conjuntura eclesial e da caminhada missionária dos xaverianos, da pastoral indigenista e da animação missionária, da necessidade de repensar em fundamentos e paradigmas diante das novas identidades sócio-religiosas que surgem no Continente.
- Nós xaverianos estamos presentes no continente latino-americano em três nações significativas do ponto de vista sócio-cultural, como também do ponto de vista da expressão cristã e eclesial. Para nós é motivo de orgulho e também de responsabilidade servir estas Igrejas, pela importância que representam no cenário missionário mundial.
- Sem dúvida, sabemos de viver em contextos marcados por graves desafios no campo social (a família, os jovens, a pobreza, a violência, a droga, a urbanização selvagem, etc.) e no campo religioso com o proliferar de movimentos pentecostais, igrejas evangélicas, catolicismos carismáticos e populares. É preciso, antes de tudo, olhar para a nossa realidade e refletir sobre ela.
- Entendemos, portanto, que é com essa realidade plural da América Latina que nós devemos dialogar. Um diálogo que exige uma aproximação atenta, uma investigação pontual e um desejo profundo de conhecimento do “Outro” que se manifesta com uma fenomenologia diferenciada, complexa e fragmentada vendo nessa pluralidade um certo sinal da manifestação divina e da angustia humana ao mesmo tempo.
- No final das nossas apresentações, tentamos afunilar em grandes temas os nossos aportes, em vista de encontrar caminhos para o trabalho de reflexão. Vimos que devemos proceder com o método que tanto marcou a caminhada eclesial latino-americana: ver, julgar agir.
- O nosso trabalho de síntese considerou os principais anseios de nossas Regiões. Parece-nos, mais uma vez, que o ponto focal está em repensar a nossa missão. Neste momento percebemos que as diferentes atividades desenvolvidas pelos xaverianos na América Latina devem caminhar rumo à Animação Missionária, entendida como estilo e modalidade de presença que reaviva o espírito missionário e incentiva a Animação Vocacional.
- Com efeito, é preciso antes de mais nada redescobrir a missão ad gentes como identidade e tarefa primária de nossas Igrejas locais, para fazer com que elas assumam sua vocação de Igrejas “por sua natureza missionárias” (cf. AG 2) e se lancem com ardor a anunciar o Reino de Deus por toda parte, ad intra e ad extra do Continente, particularmente nas situações mais liminares e desafiadoras.
- Esse chamado realiza plenamente o nosso ser missionários ad gentes junto a uma Igreja que já é estabelecida no Continente, mesmo entre muitas dificuldades, mas que continuamente tende a fechar-se em si mesma, deixando de sair ao encontro das pessoas. Se nós xaverianos não assumirmos decididamente essa tarefa, e permanecermos apenas na ação evangelizadora, corremos o risco de não contribuirmos de maneira efetiva com a formação missionária do Povo de Deus, reduzindo-o apenas a mero receptor.
- A esse respeito, é bom lembrar o famoso recado do saudoso Dom Luciano Mendes de Almeida, então presidente da Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil (CNBB), aos missionários estrangeiros: “Vocês foram verdadeiramente missionários entre nós: no entanto, ainda não nos ajudaram o bastante para nos tornarmos missionários!”
- Acreditamos que a relevância da Animação Missionária e a figura do animador missionário na vocação xaveriana, são realidades a serem revisitadas, redescobertas e re-significadas dentro de um contexto de Nova Evangelização como é a América Latina. O legado e o testemunho do nosso Fundador, São Guido Maria Conforti, animador missionário junto as igrejas locais italianas, se torna mais do que nunca motivo de inspiração, testemunho e direção para a nossa caminhada continental.
- No final desse primeiro encontro do CEMLA, estabelecemos, portanto, o tema a ser aprofundado ao longo desse ano sobe diferentes enfoques: “A presença xaveriana na América Latina como Animação Missionária”. Distribuímos algumas tarefas, convidamos o Pe. Rafael Lopez Villaseñor a coordenar os trabalhos e marcamos a data do próximo encontro para janeiro de 2014, em lugar ainda a ser estabelecido.
- Gratos pela oportunidade que nos foi oferecida de nos encontrar, de debater e de refletir sobre a nossa família missionária, sentimo-nos também profundamente parte da história dos povos e das igrejas desta Pátria Grande, que muito há a oferecer ao mundo:“Finalmente, chegou para a América Latina a hora de intensificar os serviços recíprocos entre as Igrejas particulares e estas se projetarem para além de suas próprias fronteiras, ad gentes. É certo que nós próprios precisamos de missionários, mas devemos dar de nossa pobreza. Por outro lado nossas Igrejas podem oferecer algo de original e importante: o seu sentido de salvação e libertação, a riqueza de sua religiosidade popular, a experiência das Comunidades Eclesiais de Base, a floração de seus ministérios, sua esperança e a alegria de sua fé. Já se realizaram esforços missionários que se podem aprofundar e se devem ampliar” (Puebla 368).
Que Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina, nos assista, nos acompanhe e nos anime, a todos, nessa caminhada.
São Paulo, 8 de março de 2013 - Dia Internacional da Mulher.
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