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Fé e política são irmãs siamesas. Antigos e medievais desenhavam suas mundividências com categorias religiosas. Buda era político, um príncipe que nunca pretendeu fundar uma religião. Descobriu uma via espiritual capaz de banir a dor da vida humana.

Todo o relato bíblico do Antigo Testamento é eminentemente político, da guerrilha de Moisés para libertar os hebreus da opressão no Egito às escaramuças armadas por Davi para combater seus inimigos.

Em nome de Javé, os profetas proferiram oráculos políticos. A ponto de Isaías identificar Ciro, um pagão, como enviado de Deus para libertar os hebreus do cativeiro na Babilônia. O projeto bíblico faz da política sua mediação por excelência.

A Teologia da Libertação é acusada de mesclar religião e política. Ou melhor, era, quando ainda o papa não condenava explicitamente o neoliberalismo, o peso da dívida externa sobre os países pobres e o atual modelo de globalização. Ora, quem não associa religião e política? O general Franco, ditador da Espanha por 36 anos, era incensado pela Igreja católica. Idem Salazar em Portugal. Pinochet recebeu a eucaristia das mãos do papa, no Chile. No Brasil, as Marchas com Deus pela Liberdade engrossaram o caldo de cultura que favoreceu o golpe militar de 1964.

Na Itália, um padre fundou o Partido Democrata Cristão, cujos líderes, na década passada, acabaram na cadeia, condenados por corrupção. O cardeal Spelmann, dos EUA, abençoou as tropas de seu país que bombardeavam os pobres vietnamitas.

"Nada mais político do que afirmar que a religião nada tem a ver com a política", diz o bispo sul-africano Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz. João Paulo II é um exemplo de político bem-sucedido: apoiou na Polônia o sindicato Solidariedade, combateu o sandinismo nicaraguense, ajudou a derrubar o Muro de Berlim, a soterrar o socialismo no Leste europeu e a encerrar a Guerra Fria.

Embora eu nunca tenha sido filiado a partido político,  e nem pretenda fazê-lo, sempre me perguntam por que me interesso por causas políticas. A resposta é simples: sou discípulo de um prisioneiro político. Jesus não morreu de hepatite na cama, nem de desastre de burricos numa esquina de Jerusalém. Morreu sob dois processos políticos, o do Sinédrio e o de Pilatos, condenado à pena de morte após ter sido perseguido, preso e torturado.

A questão não é obter água separando o hidrogênio do oxigênio. É saber qual política é favorecida pela pregação religiosa da Igreja. A dos excluídos ou a dos que promovem a exclusão?

A modernidade estabeleceu, felizmente, critérios para a relação entre religião e política. Nada mais desastroso do que uma religião ou Igreja assumindo funções partidárias ou governamentais. Nada mais arcaico do que um partido ou Estado  confessionalizado. Indaguei a Fidel Castro, em 1980, por que o PC cubano era confessional. Ele estranhou. "Como confessional?", reagiu. "Sim, um partido que afirma ou nega a existência de Deus é confessional", respondi. Anos depois, o estatuto do PCC foi mudado. Hoje, Estado e partido cubanos são laicos, como todas as instituições políticas que abraçaram a modernidade.

Não importa o nosso crer. Importa o nosso viver. O amor não é um princípio. É uma atitude.

Indagado quem haverá de se salvar, Jesus respondeu: "Eu tive fome e me deste de comer" (Mateus 25). E não quem grita Aleluia! ou aplaude o papa.

Frei Betto.


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