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Notícias do Pe. Adriano, missionário xaveriano no Chade


O Pe. Adriano Cunha Lima, missionário xaveriano, natural de São Paulo, trabalha há vários anos no Chade, um país ao centro norte da África, com 54% muçulmanos, 20% católicos, 14% protestantes e 10% animistas. Em entrevista ele nos conta sua experiência missionária em tempos de pandemia.

Quando a pandemia estourou no ano passado, como o governo e o povo chadiano reagiram?

Chad3Pe. Adriano: Na minha opinião, as autoridades chadianas reagiram rapidamente et tomando certas medidas que impediram uma maior propagação do vírus no país. Tivemos o primeiro caso confirmado no dia 19 de março de 2020, era um passageiro de origem marroquina que vinha de Douala, Camarões. Dez dias antes, o governo já exigia o teste PCR-Covid e a quarentena para todos que chegavam ao país. No dia seguinte ao primeiro caso, recebemos um decreto que fechava escolas, bares, restaurantes e locais de culto. Este decreto foi seguido por uma carta da Conferência Episcopal pedindo aos cristãos que respeitassem as medidas exigidas pelo governo. O primeiro caso de um chadiano infectado com a doença foi registrado no dia 30 de março, também proveniente dos Camarões e só no dia 06 de abril pudemos contabilizar o primeiro caso de contaminação local. Em 25 de abril, o presidente Deby declarou o país em estado de emergência sanitária e, 3 dias depois, lamentavelmente recebemos o anúncio das duas primeiras mortes por Covid no país. Naquele momento, o uso de máscara já era obrigatório em todos os locais públicos, várias cidades deveriam respeitar um “toque de recolher” das 19h às 6h, os carros particulares só podiam conter 4 pessoas e o transporte público proibido. Em 8 de maio, os portões da capital, N’Djamena, foram fechados, saídas e entradas proibidas. No dia 17 de maio, atingimos a marca de 500 infectados, 53 mortos e 10 províncias em 23 afetadas, ainda que a grande maioria dos casos tenha sido registrada na capital. Já no final de junho pudemos reabrir os locais de culto, e algumas medidas foram amenizadas. Até aqui podemos ver que a pandemia não nos poupou, mas não fomos afetados como outros países. No início a população sentiu medo, estava apreensiva, só falávamos disso, mas logo depois as dúvidas se instalaram no coração das pessoas, e muitas vezes ouvimos dizer que possivelmente se "inventam" casos para receber ajuda internacional. Moro no interior e na nossa região não tivemos casos confirmados da doença.

Como está a situação no momento? (Vacinas, restrições, medo ...)

Pe. Adriano: Até agora o Chade teve pouco mais de 5.000 casos confirmados, e destes 174 foram a óbito. Na última quinzena tivemos apenas 16 novos casos. Com a diminuição da contaminação, as medidas de proteção e restrições também são amenizadas. O uso de máscaras é obrigatório em pouquíssimos locais da capital e desapareceu por completo nas pequenas cidades, mesmo que ainda seja exigido pelas notas do Ministério da Saúde. Todos os serviços estão atualmente abertos, inclusive as fronteiras aéreas, que continuam a exigir um teste PCR-COVID negativo na entrada e na saída, mas a quarentena não é mais necessária. Desde o dia 04 de junho a vacina está disponível em algumas grandes cidades do país, é gratuita e disponível sem espera nem burocracia. Em alguns lugares, você pode escolher entre a vacina da Sinopharm e a da Pfizer. Até agora, o Chade havia administrado 123 doses da vacina, quase 25.000 pessoas receberam ambas as doses, o que corresponde, aproximadamente, a 0,2% da sua população, uma taxa mínima em relação ao percentual mundial de 33%.

Existe campanha de vacinação? De onde vem a aversão do povo chadiano às vacinas?

chade4Pe. Adriano: A campanha é tímida, mas em cada localidade onde se inicia a vacinação as autoridades são as primeiras a marcar presença, há uma pequena mobilização pelos meios de comunicação disponíveis (note-se que muito poucos da população chadiana tem acesso a televisão ou internet). Pude sentir em várias pessoas um certo medo de tomar a vacina. Quais seriam, na minha humilde opinião, as causas? Acima de tudo, o problema não é regional, é, em diferentes proporções, global. Por toda parte, vemos grupos, políticos, cientistas criticando as medidas tomadas pela OMS diante da pandemia, alguns até mesmo não acreditam na existência da Covid-19. Na África, ficamos surpresos com o fracasso das estimativas dos cientistas que previram uma catástrofe continental. Em relação aos números internacionais, o Continente tem se saído bem! Talvez por isso muitas pessoas acham que o mundo deveria investir mais na luta contra a fome ou a malária que matam, no Continente, muito mais que a Covid, e não entendem o insistente interesse internacional em ver a África vacinada rapidamente. O professor francês Raoult Didier, que foi um opositor de primeira linha das medidas da OMS, defensor do tratamento com hidroxicloroquina e atualmente um forte crítico das vacinas tem tido grande sucesso nos meios francófonos e é frequentemente citado pelos “antivacinas”, já que, segundo ele, atualmente é impossível produzir uma vacina realmente eficaz contra a doença e 100% segura para a saúde humana. Alguns também têm medo de serem usados ​​como cobaias, parece que a África já foi vítima de empresas farmacêuticas que usariam pessoas do continente para testar seus produtos, a ideia de receber caixas e caixas de vacinas como “presente” de outros países parece suspeito. Sem falar que a vacina Sinopharm, distribuída em alguns países africanos, não é aceita em algumas regiões do mundo. Também circulam afirmações menos realistas, alguns dizem que a Covid e "sua vacina" estão sendo usados ​​para fins da "Nova Ordem Mundial", alguns falam da implantação de chips de controle na população, e outros dizem que a vacina poderia esterilizar mulheres africanas.Não foi possível carregar todos os resultados.

Como você está vivenciando pessoalmente este período de pandemia? O que mudou na vida missionária?

chade2Pe. Adriano: Posso dizer que atualmente ultrapassamos quase completamente as consequências da pandemia. Foi muito difícil passar os 4 meses em que a Igreja estava completamente fechada. Muito difícil aqui no interior era impossível viver alguns momentos de Igreja pela Internet ou Televisão. As pessoas em nossa localidade tinham muito poucas informações sobre a pandemia, o que dificultava a compreensão e assimilação das medidas drásticas de segurança, como o fechamento de locais de culto. Alguns cristãos nos consideravam excessivamente medrosos. O momento mais difícil foi certamente a celebração da Semana Santa, celebrada somente com as Irmãs. Na Páscoa, de costume, celebramos os batismos de jovens e adultos, é um momento demasiado forte para cada um de nós em particular e para toda a paróquia em geral. Mais de 400 pessoas aguardavam ansiosas o momento de fazer parte da família cristã. Foi difícil anunciar que não poderíamos batiza-las e que deveríamos esperar ainda um ano. Felizmente, conseguimos retomar as atividades rapidamente, inicialmente com certas medidas de segurança e restrições, mas depois retomamos as atividades normalmente. Ainda não conseguimos alcançar o ritmo de antes, mas estamos quase lá.

Como você vivencia a distância com sua família no Brasil? Como está a situação em seu país? Como você se sente morando longe deles?

Pe. Adriano: O Brasil é o terceiro país em quantidade de casos confirmados de Covid e o segundo em quantidade de óbitos. Isso, claramente, me deixa preocupado. Meus pais têm mais de 60 anos e moram no estado de São Paulo, o estado mais afetado pela pandemia do coronavírus. Acompanhamos a dor de familiares e amigos que perderam alguém para esta doença. A participação física na Eucaristia ainda é muito limitada e os grupos e movimentos retomam suas atividades com grande dificuldade. Tudo se faz via internet, o que é louvável, pois vemos uma revelação do zelo pastoral de tantos cristãos que se empenharam na proclamação do Evangelho pelos meios de comunicação, mas que exigirá das paróquias uma criatividade ainda mais forte para reinventar o sentimento de pertença a uma comunidade de base. No ano passado estive de férias e pude partilhar, em certa medida, o sofrimento dos meus compatriotas que ainda vivem entre o medo da pandemia e o de uma crise econômica familiar. O Brasil vive uma fase difícil em vários aspectos (econômico, político, sanitário, eclesial ...), mas nosso povo é forte e capaz de ir além. Nossa Mãe Aparecida intercede continuamente para que a fé de nosso povo não vacile e para que a solidariedade supere qualquer raiz de egoísmo.

 


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