“Quem de verdade se encontrou com Jesus Cristo deve anuncia-lo”. (Novo millennio ineunte, 40) - O Papa Francisco neste ano 2018 convocou o Sínodo dos Bispos que terá como tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
A caminhada rumo ao Sínodo começou com as reflexões propostas no Documento Preparatório que reúne respostas – que podem até ser lida online – para estudar e conhecer as ambições, esperanças e medos dos jovens. Todas as Conferências episcopais do mundo, é bom lembrarmos, tem sido envolvidas na preparação dos questionários, diferentes por continentes e apresentados juntos com o Documento Preparatório. As respostas que estão sendo enviadas vão constituir o alicerce para a elaboração do Instrumentum laboris (que vai ficar pronto antes do verão – verão europeu – 2018) e o material central para a discussão dos padres sinodais.
Neste sentido dá para ver como o próximo Sínodo seja uma obra de evangelização, construída sobre uma experiência de escuta, atitude que nós missionários infelizmente praticamos pouco. Trata – se de uma metodologia que facilita a participação ativa dos jovens incluindo os ‘jovens afastados’ e que pertencem a outras crenças. Esta atitude da escuta oferece a todos a oportunidade de reconhecerem na existência de cada pessoa o ponto de partida para um encontro entre iguais onde o chão comum não é definido pelas opiniões e sim pelas dinâmicas mais profundas do sentido da vida.
Nesta reflexão sobre o acompanhamento dos jovens a reconhecerem e acolherem o chamado para o amor e para a vida, a Igreja quer pedir a todos os jovens um ajuda para ela perceber e identificar a voz do Senhor que ressoa no mundo de hoje.
“Como os jovens Samuel e Jeremias, hoje também podemos encontrar jovens capazes de detectar aqueles sinais que dentro da nossa época o Espirito Santo aponta. Escutando os desejos deles podemos vislumbrar o mundo de amanhã que vem ao nosso encontro e também podemos entrever os caminhos que a Igreja é chamada a trilhar” (Documento Preparatório, Introdução).
Dentro deste Sínodo, portanto, não podemos simplesmente esperar uma ‘reflexão pastoral’ e sim umas indicações sobre os caminhos concretos que nos permitem encontrar, acompanhar, orientar os jovens, sem excluir ninguém. Quem sabe que esta metodologia possa iluminar e encorajar também as nossas Pastorais juvenis e vocacionais. Lembro que nas nossas Circunscrições estamos servindo – como párocos – a quase sessenta paroquias. A estas paroquias devemos acrescentar outras com as quais estamos colaborando de formas diferentes.
Quantas oportunidades temos! Quantas dificuldades encontramos para podermos re–colocar os jovens no foco central, com a fé deles e o discernimento vocacional. Tudo isso deveria estar muito presente no coração de quem como nós xaverianos foi gerado à vida e à fé e, pela graça de Deus, recebeu o dom da vocação.
Como missionários busquemos não cair naquela tentação do pessimismo queixando – nos como se fossemos eternamente adolescentes vítimas inocentes; como se fossemos publico que gosta de olhar os fatos do mundo da janela (“balconeando”, diria Papa Francisco), sempre recriminando e acusando sempre os outros. Desta forma pessoas deste quilate procuram apaziguar a própria consciência não reconhecendo as próprias responsabilidades e não assumindo ativamente as dificuldades e os desafios que o hoje de Deus nos apresenta.
Até constatarmos o contrário, o amor de Cristo nos impulsiona, não nos torna passivos e parados.
Desejamos que durante este ano 2018 possamos compartilhar reflexões e experiências sobre jovens, fé e discernimento vocacional nas nossas realidades missionárias e começando mesmo desta grande oportunidade que está sendo o Sínodo 2018.
Bom trabalho. pe. Eugenio Pulcini sx.