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O amanhecer de um novo jeito de ser Igreja: 50 anos do Vaticano II


As pessoas de mais idade devem se lembrar que, quando crianças, o padre celebrava a missa em latim, por conta, de costas para o povo, com o altar dirigido contra a parede. A assembléia estava meio que sem entender o que estava se passando:

quem rezava o terço, quem se confessava, quem acendia uma vela à santa, quem se distraia olhando para estátuas, pinturas, anjos, castiçais, crucifixos, etc. De vez em quando, tocava um sininho, para lembrar que aquele momento era muito importante. Então todos se ajoelhavam e se levantavam novamente quando o sininho tocava pela segunda vez. Pelo resto, a assembléia quase nem participava. Até o Pai Nosso era recitado apenas pelo sacerdote, que devia, entre as outras coisas, seguir à risca toda uma série de genuflexões, sinais da cruz (25 ao todo!), incensações, posições, orações, bênçãos.

Mas o que era uma prática secular da Igreja, no começo dos anos 60, de repente mudou: o altar desgrudou da parede, a mesa virou, o sacerdote dirigiu-se ao povo na língua comum, a liturgia bem mais simplificada às ações essenciais, os cantos segundo a cultura do tempo e do lugar, a assembléia começou finalmente a participar. O que aconteceu exatamente? A quem se deve essa mudança?

Essas e outras importantes reformas na Igreja Católica se devem principalmente à realização do Concílio Ecumênico Vaticano II, do qual celebramos, neste ano de 2015, o jubileu de ouro de seu encerramento. O concílio é uma reunião geral dos principais representantes das igrejas católicas do mundo inteiro, onde se discutem os caminhos comuns a serem tomados diante dos desafios que o mundo apresenta. As decisões de um concílio são de máxima autoridade para a Igreja, expressão da colegialidade e da comunhão entre os bispos, na missão confiada por Jesus aos seus apóstolos.

Um espetáculo de universalidade

O Concílio Ecumênico Vaticano II começou em 11 de outubro de 1962 e terminou em 8 de dezembro de 1965. Foram convocados em Roma cerca de 3000 bispos vindos de 116 países dos cinco continentes, para discutir os rumos da missão da Igreja no mundo contemporâneo. Era a primeira vez na história que isso acontecia, pois os concílios anteriores agregavam um número bem mais limitado de bispos, quase todos da Europa. O maior Concílio até então tinha sido o Vaticano I (1869-1870), com 642 bispos. O Vaticano II foi, portanto, um “espetáculo de universalidade”, como o definiu mais tarde o papa Paulo VI.

Além dos bispos do mundo inteiro, participaram também 192 pastores de outras igrejas e representantes de outras religiões, em qualidade de observadores, pela primeira vez hóspedes na Basílica de São Pedro. Eles não foram espectadores passivos. Ao contrário, influenciaram positivamente as sessões do Concílio e os textos definitivos de diversos documentos. Já desde as primeiras reuniões, quando algum orador se referia aos observadores ali presentes, ouviam-se grandes aplausos na aula conciliar. A maior prova da sensibilidade conciliar foi o fato de os representantes das outras igrejas sentirem-se muito bem acolhidos e voltarem em maior número às sessões sucessivas.

Com efeito, o Concílio Ecumênico Vaticano II foi um evento marcado por uma grande abertura de espírito por parte da Igreja. Lembrar hoje da sua importância, diz respeito a uma atitude de diálogo que deve ser a principal característica dos cristãos no mundo de hoje. Pois, foi com o Vaticano II que a igreja católica inaugurou uma época de transição de uma cristandade fechada e intransigente para uma igreja mundial e missionária, mais fraterna e mais humana.

O anúncio do Papa bom

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Tudo teve início em 25 de janeiro de 1959 quando o Papa João XXIII anunciava à surpresa a decisão de convocar um Concílio Ecumênico, no decorrer de uma breve alocução dirigida a um pequeno grupo de cardeais. A reação imediata dos ouvintes foi de um “impressionante devoto silêncio”. A desorientação diante desse anúncio, feito por um velho papa de transição, eram fatores destinados, desde o começo, a compor um quadro de impacto extraordinário e universal para a Igreja e para o mundo.

Ao abrir os trabalhos conciliares, João XXIII afirmaria que a ideia do concílio fora “um lampejo de luz suprema”, e o “florir elementar e imprevisto em nosso coração e de nossos lábios da palavra singela «concílio ecumênico»”. Numa anotação no seu Diário da alma de 20 de janeiro de 1959 afirma “sem termos pensado antes”.

Contudo, essa iluminação pessoal e imprevista, foi, de fato, fruto de uma convicção lentamente sedimentada no espírito da época e no espírito do “Papa bom”, como era chamado João XXIII pelo povo de Roma.

Projetos de retomada do Concílio Vaticano I, interrompido em 1870 por causa das guerras, tinham sido cogitados nos dois pontificados anteriores. Movimentos de renovação pastoral e de reflexão teológica, particularmente no âmbito litúrgico, exegético, ecumênico e missionário, tinham dado vida, a partir dos anos trinta, a uma temporada de extraordinária fecundidade que estimulou setores da igreja católica a pensar em profundas mudanças.

Sinais dos tempos

Os desafios dos novos tempos, perspicasmente percebidos por João XXIII, foram, porém, os mais determinantes em sua inspiração. Segundo ele, a Igreja estava “no limiar de uma nova época”, “numa época que se poderia chamar de missão universal”, na qual “é preciso acolher a recomendação de Jesus para saber distinguir os sinais dos tempos”.

Junto ao trauma universal induzido pela Segunda Guerra Mundial, ao milagre econômico europeu, à incipiente revolução tecnológica, à consolidação dos blocos geopolíticos dos Estados Unidos e da União Soviética, com as consequentes “guerra fria” e ameaça atômica, o elemento mais importante que marcava a conjuntura do planeta na época do Concílio era o fim do colonialismo e a ascensão dos países do Terceiro Mundo.

O mundo ia mudar rapidamente e a Igreja não podia ficar parada, fechada em si mesma. Era preciso de um “novo Pentecostes” que ajudasse a Igreja a sair, a colocar o Evangelho em contato com o mundo moderno, perscrutando os sinais dos tempos, trabalhando pela paz, pela unidade dos cristãos e da família humana.

Era preciso, portanto, por parte da Igreja uma postura mais otimista de coragem, de abertura, de diálogo, de escuta, de humanidade e de proximidade ao povo. A severidade das condenações tinha que dar lugar à misericórdia, o autoritarismo à condescendência, a intransigência à compreensão, o confronto serrado ao serviço, pois, segundo João XXIII, “a Providência está-nos conduzindo a uma nova ordem de relações humanas, que se dirigem ao cumprimento de desígnios superiores e não esperados”.

Paulo VI, que sucedeu a João XXIII depois de sua morte em 3 de junho de 1963, afirmou que “a antiga história do bom samaritano foi o paradigma da espiritualidade do Concílio, uma simpatia imensa permeou-o por inteiro, a descoberta das necessidades humanas absorveu a atenção do nosso Sínodo”.

À critica que o Concílio teria desviado a mente da Igreja para questões puramente humanas, Paulo VI respondeu peremptoriamente: “desviado não, voltado sim!”.

Pe Estevão Raschietti.


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